A Prefeitura de Aracruz após algumas divergências sobre a eficácia do medicamento Hidroxocloroquina, contrariando a última orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), vai adotar o uso do mesmo para pacientes infectados com o COVID-19.
Durante a coletiva, a Dra. Nina Mori, integrante do Comitê Sanitário que trata do tema em Aracruz, enfatizou que a medida é uma tentativa de amenizar os efeitos e mortes causadas, que já somam vinte duas pessoas segundo dados oficiais. Ela destacou que mesmo não havendo comprovação científica da eficácia do medicamento, dados mostram que pacientes que fizeram o uso da medicação tiveram boa recuperação.
A secretária Clenir disse que o novo protocolo traz como indicação, exames de eletrocardiograma, que irão ajudar a identificar pacientes em zona de risco para os efeitos colaterais que o medicamento pode causar, como arritmia cardíaca por exemplo. Segundo o novo protocolo, a medicação será aplicada somente em pacientes aptos e comprovadamente sem riscos a sua saúde. Isso o profissional médico deverá avaliar no atendimento.
Antes de ser medicado o paciente deverá assinar um termo de responsabilidade tomando ciência do tratamento e medicação. Além da Hidroxocloroquina, serão ministrados aos pacientes Azitromicina, Ivermectina e outras medicações de acordo com a necessidade de cada enfermo.
Ao ser questionado sobre a demora na tomada da decisão, já que se ouve a esse respeito desde o início da pandemia, o prefeito minimizou e disse que estavam aguardando melhores resultados e testes. Questionados sobre se sentiam culpa pelas mortes ocorridas até então, já que só agora autorizam o uso da medicação, o prefeito e a secretária disseram que não, pois tinham tomado todas as medidas necessárias. O médico Dr. Bruno Moura relatou que a Hidroxocloroquina já existe a mais de 20 anos, mesmo assim só agora alguns gestores começam a fazer o uso dela.
Quando questionados sobre a posição da OMS ambos disseram que apesar de respeitar a instituição e sua capacidade técnica, não há poder de decisão da mesma, e trata-se apenas de parecer técnico, que podem ou não serem seguidos.
É bom lembrar que até bem poucos dias, a fala da secretária o prefeito, era justamente o contrário, seguir as recomendações da OMS.
Clenir ainda ressaltou que estas decisões precisam ser tomadas independente da questão política, e deu a entender que a OMS tem agido dessa forma em relação ao novo coronavírus.
Questionado sobre o modelo de isolamento social praticado, o prefeito disse haver concordância por parte da CDL Aracruz para as medidas que estão sendo tomadas. Ele disse ainda, que caso seja necessário as medidas podem ser mais restritivas a qualquer momento.
Hoje há um índice de ocupação entre 80 e 90% dos leitos de UTI no município, e de 65% dos leitos de apoio quando relacionados a casos de COVID-19, disse o Dr. Eduardo Pereira, integrante do comitê que tomou todas as decisões para o novo protocolo em Aracruz.