Como num caso daqueles que servem para roteiro de um filme, assim podemos definir a grave denúncia publicada pelo jornalista Max Ladeira em seu podcast e republicada pelo jornal “Folha do ES”.
Segundo a denúncia o Secretário de Governo do ES, Tyago Hoffmann, é o mentor da organização criminosa formada por membros do partido PSB, que produz adesão de atas sem licitação e direcionada para empresas do grupo.
O caso envolvia diversas prefeituras no estado e até fora, num esquema chamado de “barriga de aluguel”, justamente por se valer de atas de registro para compras em valores combinados com o grupo envolvido.
Segundo a notícia, as prefeituras de Caravelas na Bahia e de Vitória foram envolvidas no negócio a época como laboratório, já que Hoffmam era Secretário de Trânsito. Depois o esquema avançou para Prefeitura de Aracruz onde a empresa 7 LAN foi a bola da vez.
Segundo o jornalista, no município baiano, todas as empresas participantes da licitação tinham membros do PSB do ES, pessoas que hoje estão no governo de Renato Casagrande principal liderança do partido no estado.
Em muitos casos, a prefeitura que licita o serviço nem o executa, serve apenas para tornar dentro da lei a Ata e a mesma passa ter valor em todo território nacional. Foi o caso mencionado da Prefeitura de Caravelas. Daí o nome “Barriga de aluguel”.
A denúncia aponta que Secretaria de Estado de Comunicação mantém parte da grande imprensa sob controle com altos contratos. Prova disso é que não se ouve ou lê uma linha nos chamados “grandes” da notícia no estado.
As denúncias partiram do vice-prefeito de Caravelas um Militar da Marinha, Jackson Douglas. Segundo ele, essa é só “a ponta do iceberg”. Há várias outras situações a serem observadas.
O Ministério Público do Estado do ES arquivou a denúncia tem aproximadamente um ano, mas o MP da Bahia segue apurando em sigilo o caso.
A expectativa é de que com a divulgação dos indícios de corrupção, o caso ganhe repercussão, e seja apurado com mais afinco pelas autoridades do ES.
Em Aracruz
Sobre Aracruz, o esquema se deu através da adesão de ata produzida pelo então Secretário de Trânsito da Prefeitura de Vitória Tyago Hoffmann, sem licitação. A empresa 7 LAN, beneficiária da ata aderida no valor de quase R$ 1 milhão e 200 mil reais, e acabou ganhando uma licitação em 2019, com o mesmo objeto executado por ela mesma, mesmo tendo ficado em 2º lugar, porque a prefeitura acabou desclassificando a primeira colocada, em um jogo fraudado, simulado e direcionado segundo a denúncia. Só esse novo contrato da 7 LAN com a prefeitura é de aproximadamente R$ 500 mil reais.
A 7 LAN é a empresa responsável pelo vídeo monitoramento em Aracruz, também pelo cerco eletrônico digital.
Segundo apuramos, parte das câmeras que deveriam estar funcionando em pelo menos sete pontos, estão desligadas algum tempo. Mas os valores continuam sendo repassados normalmente pela prefeitura sem nenhum desconto ou questionamento.
Os vereadores Alcantaro Filho (PSD), Marcelo Nena (PSD), e Celson da Farmácia (Republicanos) disseram que já tomaram conhecimento da denúncia e prometem cobrar de forma contundente a atual administração explicações sobre os fatos.
“Estão zombando da cara do povo e com o dinheiro público” disse um deles.
Buscamos posicionamento da prefeitura, mas não obtivemos em razão do feriado prolongado. Assim que houver uma manifestação atualizaremos o texto.