Mais importante que falar sobre desigualdade racial é promover a igualdade na prática de seu exercício. Isso envolve uma série de questões que dinamizam o sujeito a se sentir parte de um país onde há grupos de pessoas de várias etnias diferentes, porém, dentro da igualdade a partir do conceito básico de que somos todos de uma única raça, a raça humana. Sendo assim, cabe a nós refletir sobre o conceito jurídico de igualdade em que coloca todos nós seres humanos como sujeitos iguais, independente de cor de pele, tipo de cabelo, etc.
Diante de todas as criminalidades e demais malefícios gerados pelo preconceito racial no Brasil e no mundo, atualmente ainda há indivíduos que acreditam na inexistência dessa intolerância e a ignora sob o conceito de que o racismo é coisa que está na cabeça de quem pensa na existência do problema.
O caso George Floyd acontecido no último dia 25 de maio nos EUA, mostra de forma precisa e literal que a tese sobre inexistência do racismo é ilegal e fundamentada na própria intolerância, na qual o sujeito procura ocultar o problema de si mesmo assegurando a (in)veracidade de sua afirmação.
O racismo não nasce, é ensinado e reproduzido de forma a machucar pessoas e até tirar vidas. Ele está implantado de forma oculta ou exposta. Pode ser reproduzido e apoiado (inclusive pelos próprios negros), de forma subliminar sem que percebamos. Por exemplo, quando é contada uma “piada de negros”, ou fazemos citações de bordões como, “serviço de preto; ovelha negra da família; não sou suas negas; da cor do pecado; cabelo ruim”, entre outros, estamos reproduzindo frases racistas e alimentando a manutenção desse problema social. Obviamente se concordamos com tais falas, estamos apoiando.
Há apenas 10 anos foi sancionada no Brasil a Lei nº 12.288/10 do Estatuto da Igualdade Racial, que segundo o próprio Estatuto, visa “garantir a população negra igualdade e oportunidades e defender os direitos étnicos e individuais, coletivos e difusos”. Na verdade se todos os seres humanos atingissem o mínimo grau de consciência lícita e humana referente a essa desgraça social, nem precisaríamos de leis específicas para tentar sanar tal problema. O que também me chama a atenção é o fato de temos o racismo instaurado no Brasil desde 1500 e somente 510 anos depois (em 2010) termos nossa legislação legalmente favorável na luta contra esse crime e seus praticantes.
Independente de credibilidade ou não dos sujeitos, o racismo é real e está presente no Brasil e no mundo. Por outro lado, a lei contra esse crime também existe e depende de nós, seres humanos conscientes, pretos e brancos, lutarmos embasados nos direitos e cobrarmos das nossas autoridades que cumpram a risca o que está escrito de forma explícita na nossa legislação, afinal, as leis foram feitas para serem cumpridas na prática com o rigor de suas teorias.