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Cultura Conversa

Em tempos de coronavírus, bombardeios entre politiqueiros agitam as redes sociais

Com Rondilei Paixão

02/04/2020 10h22
Por: Redação O Diário Fonte: Diversas
Em tempos de coronavírus, bombardeios entre politiqueiros agitam as redes sociais

Não é novidade dizer que o novo coronavírus é um problema eminente que assolou o mundo nesse primeiro trimestre de 2020 e ainda não temos uma data concreta para tal problema acabar.

Mas o que eu quero abordar como discurso central nesse texto não é exatamente o coronavírus. Trouxe-o como assunto introdutório neste primeiro parágrafo apenas para desenvolver o breve discurso sobre: como a sociedade reage a outros temas menos importantes nesse momento em meio a um grande imbróglio na saúde pública?

Quase todas as matérias e discursos anteriores ao coronavírus saíram de circulação da mídia e a população, que até então acompanhava e reagia as notícias manifestando suas opiniões nas redes sociais via textos, áudios, vídeos e mêmes, resolveu se calar junto as mídia. Por exemplo, a dengue e a prisão do ex jogador Ronaldinho Gaúcho, não se fala mais disso, pois estamos com um assunto de maior importância mundial e as atenções primárias estão 100% voltadas ao coronavírus, certo? Poderia dizer que estou correto, se não fosse navegar as redes sociais nos últimos dias.

Nessas semanas de quarentena é normal navegarmos nas redes sociais e outras páginas de internet mais tempo do que o comum, e com isso, tenho navegado e visto muitos debates e embates entre amigos e membros das mesmas famílias que utilizam esses meios. Na verdade, o que tenho visto passa de debates e embates. O que vejo, defino diretamente como “ataques e contra ataques partidários” de direita contra esquerda e de esquerda contra direita, ou seja, uma guerra sem lógica, já que lá em cima “não estão nem aí” para a origem das discussões aqui em baixo. E pior: não se trata das estruturas superiores, trata-se de eleitores contra eleitores, ambos igualados no mesmo patamar social.

Isso não quer dizer que por sermos amigos, parentes, etc., não podemos ter opiniões críticas/políticas diferentes e expressá-las em redes sociais ou em outras plataformas. Pelo contrário, podemos sim ter nossos posicionamentos críticos diferentes e nos posicionar com respeito, ética e o mais importante: embasados em algo concreto.

Quais as bases que vi (e vejo) sendo usadas nesses confrontos? As “grandes” e tendenciosas mídias, carreatas de sujeitos fora da nossa realidade, panelaços (contra e a favor de algo ou alguém), redes sociais do “X” ou da “Y” (muitas vezes carregados de fake news), entre outras fontes que têm seus próprios interesses naquela postagem, escrita ou ação.

O que percebi? Muitos eleitores de direita e esquerda (ambos na parte de baixo da pirâmide) partem para bombardeios verbais contra os lados opositores apenas com o intuito de defender e sustentar o topo onde estão seus representantes públicos prediletos, enquanto, lá em cima, seus “políticos de estimação” de direita e esquerda se abraçam e comemoram suas vitórias e sustentação na maior camada dessa pirâmide juntos.

Enquanto a gente briga atacando e defendendo direita e esquerda nas redes sociais a abrangência de notificações, confirmações e óbitos, vítimas do novo coronavírus, tendem a aumentar e por mais que as estruturas políticas se engajem a fazer ou não algo contra esse avanço, não vejo ninguém reportando uma crítica ou cobrança a mais relacionada a tal problema. O que mais vejo são eleitores de um lado criticando eleitores do lado oposto e a maioria sem nenhuma base convincente e concreta.

Um tema eminente do embate que ficou visível nas redes sociais nos últimos dias girou em torno da eliminação ou prorrogação da quarentena. Tenho minha opinião, mas não é necessário manifestá-la, já que a mesma não acrescentará nada a esse discurso, mas se a população e comércios ficarem parados por muito tempos, lógica e consequentemente vamos ter sérios problemas econômicos no país (na verdade no mundo), mas em contrapartida, já que a doença (Covid-19) é uma péssima novidade, se sairmos do isolamento social de qualquer maneira, certamente iremos ter também sérios problemas em relação aos números de notificações e óbitos junto as Vigilâncias Epidemiológicas de todos os municípios do Brasil, ou seja, muita gente vai ficar doente e outros muitos morrerão.

Com base nessas possibilidades, parece ser lógico que é preferível ter a saúde em dia hoje e amanhá correr atrás da parte econômica, porém, entendo também que não é tão simples assim, e quando um sujeito ou grupo partidário quer impor seu ataque crítico e/ou defesa em cima do outro lado, ele deixa de ver as possibilidades e passa a ver o “X” do problema como uma chave aliada para o sucesso da sua crítica. Infelizmente é o que deu para perceber após quase duas semanas observando as redes sociais, onde, muitos deixaram o maior problema do momento (coronavírus) de lado e focaram nos ataque, contra ataques e defesas de seus lados e partidos políticos. Dessa forma, as redes sociais ficaram “chatas” no auge de uma quarentena em meio a essa triste realidade que estamos vivendo na saúde  do Brasil e do mundo.

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