A crise instalada pelo novo Coronavírus o COVID-19, é sem dúvidas um dos mais delicados momentos para a saúde do mundo, em especial no Brasil por todas as consequências que ela deve trazer para todos os setores da sociedade.
Em Aracruz não é diferente, além das questões de saúde que por si só, já é motivo de grande preocupação das autoridades, os efeitos do maldito vírus traz preocupação para diversos empresários e comerciantes, principalmente os pequenos, estes geralmente trabalham no limite sem muita margem para desarranjos desta magnitude.
Com os decretos do governo do estado e da prefeitura proibindo a abertura do comércio em razão da pandemia, a coisa ficou complicada de vez para um comércio, que já não andava lá bem das pernas.
Kely Ferreira é logista no ramo de roupas e acessórios para mulheres e está no mercado já fazem três anos. Ela nos conta que jamais viveu algo parecido e isso deixa todos apreensivos. Sobre as medidas adotadas pelo poder público em relação ao fechamento das lojas, ela diz não concordar, “porque se é para o vírus não se propagar era para paralisar tudo, inclusive indústrias e bancos. E deixar somente supermercado e farmácia”.
A Lojista disse ainda perceber muitas filas em bancos, pessoas na rua, pessoas fazendo festinhas em casa. “Deveria ter uma fiscalização mais severa em relação isso”. Hoje sua loja que fica no Centro de Aracruz tem duas funcionárias e a empresária disse que até os primeiros 15 dias, é possível manter o salário, mas caso haja uma prorrogação dos prazos estabelecidos pelo governo, então medidas drásticas precisarão ser tomadas. Isso inclui ou férias coletivas ou até mesmo a dispensa das colaboradoras.
Mesmo em meio à crise, Kely disse que tem estrutura preparada tomando as medidas preventivas para suportar no máximo 3 meses, já que algumas despesas não param, como aluguel que em Aracruz não é barato, “após isso terei que negociar com a proprietária do ponto”. Ela disse que sem receita fica inviável o negócio.
Para uma loja do padrão de Kely o faturamento médio é de R$ 50 mil ao mês, entretanto de acordo com a lojista o prejuízo estimado com a crise já passa dos 80% em perdas, e a sobrevivência está basicamente na estratégia da venda on-line.
Ao ser questionada se espera alguma medida de socorro por parte do poder público a empresária foi enfática ao dizer: “Com certeza, estamos numa crise mundial e muitas famílias vão sofrer, espero que o poder público faça algo para ajudar pois infelizmente o desemprego será muito grande”.
Sobre as vendas pela internet Kely disse que está tentando levar os looks para casa fotografando e fazendo publicações nas redes sociais, envios por lista de transmissão do whatsapp, mas que mesmo assim, as dificuldades são grandes para superar a crise que se instalou.
Procuramos a prefeitura através da assessoria de comunicação, para comentar o assunto, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos retorno.
Já os governos federal e estadual anunciaram diversas medidas que pretendem auxiliar os empresários em todo estado e país, mas nada muito específico ainda, caberá aos representantes de cada seguimento buscar estas informações ainda vagas, principalmente porque o foco das autoridades ainda está na preservação da saúde das pessoas.