Na semana passada estive em um hospital estadual no município da Serra e encontrei algo que há mais ou menos uma década entrou em extinção na maioria das cidades brasileiras: um Telefone de Uso Público, mais conhecido popular e simplesmente como orelhão
Extinto devido o surgimento e facilidade à aquisição dos celulares/smartphones, o orelhão, que antes era visto como um meio de comunicação muito valorizado nas classes mais baixas, passa agora a ser visto como uma relíquia, que inclusive, muitos sujeitos dessa nova geração nem conhecem e sabem a importância funcional que teve esse aparelho à sua época. Quem já se viu dependente de um orelhão, sabe bem o que estou falando.
Já no fim de seu auge, muitos desses objetos de comunicação foram apedrejados, quebrados e totalmente aniquilados por vândalos, e ninguém fez algo eficaz em proteção a este bem público, já apontando que o orelhão, logo, logo, se tornaria algo desprezível, entrando para a galeria dos arcaicos inservíveis, que ficaria apenas para contar a história de um passado recente, explícito em dificuldades refletidas, por exemplo, pela distância de sua localização e custos das fichinhas (depois cartões) que davam-nos o direito a realizarmos ligações, que por diversas vezes caíam durante as falas, obrigando-nos a repetições de discagens para retornarmos ao contato, enquanto a fila de pessoas atrás de nós à espera da desocupação do telefone, só aumentava. Mesmo assim, éramos felizes e não reclamávamos tanto como hoje, que temos os modernos smartphones nas mãos, mas que, quando, por exemplo, acontece uma “travada” no aparelho, só faltamos socá-lo no chão.