A arte é esplêndida, e isso fica mais evidente quando vemos sua mensagem claramente entendida, como por exemplo, na música “Evangelho de fariseus”, da jovem Aymeê Rocha, que traz em parte de sua canção, grave denúncia sobre o que acontece na Ilha de Marajó, denúncia inclusive, que já fora trazida pela ex-ministra Damares Alves, na época, repudiada por muitos artistas e parte da imprensa brasileira, acusando-a de estar inventando “coisa com coisa”, sem qualquer nexo para chamar a atenção. Muitos desses artistas, chegaram até a assinar documento abaixo-assinado, encabeçado pela "rainha dos baixinhos", Xuxa Meneghel, pedindo a destituição da ex-ministra do cargo.
Como é de conhecimento popular, o teor da denúncia embutido na obra de Aymêe, traz pedofilia, desaparecimentos, exploração sexual de crianças, entre outros crimes contra esses menores que vivem no arquipélago marajoara.
Como houve mudança governamental, o que era visto como uma “fábula, invenção” da Damares, agora passa a ser visto por artistas e pela mídia, como algo grave, real, e depois da repercussão da música de Aymêe, esses artistas oportunistas, logo se propuseram a “abraçar a causa”, promovendo campanhas a favor de Marajó, com pedidos de atenção à denúncia explicitada no sucesso da jovem cantora, como se fosse uma novidade. Ou seja, os interesses deles (artistas) não estão exatamente na salvação dos pequenos de Marajó, e sim, nos proveitos midiáticos, pois, se fosse diferente, já teriam dado atenção e brigado pela causa há mais tempo, desde as primeiras denúncias.
A maior parte da canção de Aymêe, parece ter incomodado alguns religiosos que distorcem o evangelho genuíno, visto que, a música “é uma crítica contundente à hipocrisia e ao distanciamento dos princípios cristãos originais por parte de algumas instituições e fiéis” (Letras). Respeito às diversas denominações que exercem seu labor cristão com seriedade, mas, àquelas que se sentiram criticadas, talvez a carapuça lhes serviu.
Independe da hipocrisia desse povo, governos e demais poderes brasileiros, olhem por Marajó e apurem ao pé da letra o que realmente acontece por lá, independente de lados políticos partidários, pois, as crianças daquele lugar precisam de atenção e proteção. Elas precisam viver suas infâncias sem qualquer tipo de violência e retaliação, e se a apuração das investigações for condizente à gravidade dessas denúncias, seja(m) quem for o(s) culpado(s), que pague(m) com o devido rigor judicial que lhe(s) cabe(m).