Afazeres domésticos, obrigação sem gênero

Culturalmente, quando falamos de afazeres domésticos, há sujeitos que logo atribuem essa atividade à mulheres. Isso vem dos séculos passados, onde, o papel da mulher na sociedade arcaica, era tomar conta da casa, dos trabalhos domésticos e dos filhos e servir as necessidades do marido.

Com base nessa idealização social obsoleta, onde está escrito como regra, que essa laboração caseira é literalmente um afazer feminino e que o homem não pode assumi-la? Ainda hoje, há pessoas que acreditam nessa “fake news” que vem da cultura machista desde os nossos antepassados, porém, que tem perdido força através de uma auto conscientização. Contudo, ainda assim, peca quando apregoa que o homem deve ajudar a mulher em casa, o que se torna um erro, exclusivamente pelo uso do verbo "ajudar".

Quando em uma família, o homem e a mulher são empregados no mercado de trabalho, é errado o uso do verbo "ajudar", ao falar dos serviços caseiros, pois, o homem não ajuda a mulher, nem a mulher ajuda o homem - eles fazem para si e pelo outro, visto que, nenhum e nem outro são visitantes e/ou estranhos na casa. Ajudar é quando, por exemplo , “vou passar férias na casa de um parente ou amigo e lavo os pratos do almoço, varro a casa, etc”. Essa história "do marido que varre uma casa, lava as louças, o banheiro", está apenas ajudando a mulher, não existe, ele está fazendo por uma obrigação de ambos, do casal. Da mesma forma a mulher que troca uma lâmpada, concerta um cano, etc. É claro que existem afazeres que o homem assume por ter mais força física que a mulher e a mulher por ser mais jeitosa e cautelosa que o homem - em certos casos.

Concluindo, se entre um casal, ambos trabalham, e o homem executar os trabalhos domésticos, isso não deve ser visto como ajuda, auxílio à sua esposa, e sim, como uma obrigação dos dois, já que sua mulher também encara o mercado de trabalho para juntos proverem o sustento de casa, o que no passado, era visto como uma obrigação do homem.