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Política Empurrando

Após repercussão negativa: Prefeitura quer colocar na conta do MPES pedido para anulação da lei infância sem pornografia

Na petição inicial não consta em nenhum momento recomendação ou pedido do Ministério Público neste sentido, visto que a lei está em vigor desde 2019.

04/06/2023 13h54
Por: Redação O Diário Fonte: da redação
Petição é assinada pelo prefeito Dr. Coutinho, mas é terceirizada nas redes por sua filha Jeesala.
Petição é assinada pelo prefeito Dr. Coutinho, mas é terceirizada nas redes por sua filha Jeesala.

Mais uma polêmica em Aracruz envolvendo a administração do prefeito Dr. Coutinho (PP), após a repercussão negativa da divulgação do pedido de suspensão da Lei Municipal 4.231/2019 conhecida como lei da infância sem pornografia, a prefeitura tratou de terceirizar a responsabilidade pelo pedido.

De forma emergencial vídeos foram publicados tentando justificar a ação e alegando que o responsável pelo pedido seria o Ministério Público do ES. O Procurador Geral da PMA Thiago Pierote gravou um vídeo que não foi suficiente perante a opinião pública, logo na sequência Jeesala Coelho secretária de estratégia da prefeitura e filha do prefeito que tenta se viabilizar para a disputa do ano que vem, entrou em cena e também publicou um material se defendendo da culpa do pedido de anulação da lei. O discurso orientado por um marqueteiro profissional é tratar o assunto como fake news e discurso de ódio.

Consultamos alguns especialistas em direito público e todos foram unanimes em dizer ao avaliar a petição inicial de que não há em nenhum momento no documento, nada que mostre que a ação tenha sido provocada pelo MPES.

Os advogados também disseram que sim, o MPES tem legitimidade para questionar e até mesmo entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade, mas este não é o caso.

Vemos aqui o documento feito pela procuradoria da prefeitura e nele não consta em nenhum momento nada que se refira a orientação, ou recomendação do MP, pelo contrário, em todo o tempo só a prefeitura faz a petição baseada em seus argumentos”, falou o advogado dr. Alécio Cordeiro.

“O Ministério Público, dentro de sua atribuição, pode até recomendar, mas a decisão de ingressar com a ADIN foi exclusiva do Prefeito Municipal que figura como Requerente no processo. Lamento muito a decisão do prefeito em judicializar contra essa lei de nossa autoria, que está em vigência desde 2019, e nada mais é do que um mecanismo de defesa das famílias aracruzenses. O prefeito deveria vir a público justificar sua decisão“. Salientou o deputado estadual Alcântaro Filho (Republicanos), a época vereador e proponente da lei.

Procurado para se manifestar o presidente da Câmara que é coautor da matéria na época, manteve sua fala inicial de que vai usar de todo o esforço junto a procuradoria da CMA para garantir o direito conquistado pelas famílias de Aracruz. “Ninguém quer ver este tipo de assunto sendo tratado na escola”. Destacou o vereador Alexandre Manhães (Republicanos).

Segundo o procurador da Câmara de Aracruz Dr. Dolivar Gonçalves Junior, "a Procuradoria da Câmara Municipal de Aracruz promoverá a defesa institucional das leis municipais, das prerrogativas dos vereadores e da liberdade de expressão, sempre pautada nos princípios constitucionais e na legalidade, sem prejuízo das demais ações que garantam o livre exercício da atividade parlamentar."

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