Reajuste injusto

Quando os comércios em geral ouvem falar em reajuste salarial, parece automático os reajustes também dos preços da maioria dos produtos e serviços oferecidos por eles.

A partir do último dia 1º, entrou em vigor o novo valor do salário mínimo, que passou de R$ 1.302,00 para R$ 1.320,00, o que significou um reajuste de R$ 18,00, como uma tentativa de equilíbrio da inflação.

R$ 18 é um valor muito baixo, ou melhor, baixíssimo, e, levando em conta os seguidos reajustes dos ítens de sobrevivência humana, automaticamente, esse reajuste se torna insignificativo, já que, perdemos mais dinheiro com os gastos, do que ganhamos com o diferencial reajustado, pois, apenas de supermercado, por exemplo, pagamos R$ 0,50 a mais em um produto, R$ 1,00 em outro, e no final das contas, a compra já ultrapassou os R$ 18,00 do aumento salarial, sem contar com as demais despesas e obrigações mensais, que certamente sofreram e sofrerão também reajustes no decorrer do ano.

Dessa forma, é fácil concluir que, por mais que o último reajuste fora apenas um “corretivo” por pressão inflacionária, mais uma vez, tivemos um reajuste injusto, visto que, segundo o  Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos - Dieese (2022), “o salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.388,55”. Isso na época em que aumentou para R$ 1.212,00, há cerca de um ano, imagina agora.

Mas como já é esperado, temos total ciência de que nenhum dos nossos políticos cometerão esse ato de justiça, corrigindo o salário mínimo para pelo menos metade desses R$ 6 mil, pois, isso apenas seria possível se o mínimo fosse a realidade deles, mas como não é, paciência e fé para a sociedade assalariada sobreviver fazendo milagres com o que recebe atualmente no final de cada mês.