Depois de se exibirem, no ano de 2019, com um personagem fazendo papel de Jesus apanhando do diabo em plena avenida, a escola de samba paulista, Gaviões da Fiel, volta a dar o que falar no desfile do carnaval 2023.
Novamente, usando um assunto que tange a fé cristã, dessa vez, com o tema “Em nome do pai, do filho e dos espíritos dos santos“, a escola faz distorcida alusão à fala de Cristo, quando instruiu seus discípulos a pregarem o evangelho pelo mundo e batizarem as pessoas “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
A cena do estorvo, no entanto, fica por conta de sua musa, Sabrina Sato, vestida do grande dragão vermelho, que de acordo com a Bíblia Sagrada e reconhecidamente por cristãos e outras raízes religiosas, representa o diabo, inimigo número 1 de Jesus.o Salgueiro no RJ também exaltou figuras malignas.
A principal pergunta é: com tantos assuntos relevantes, referentes ao Brasil e ao mundo, porque utilizar algo tão sagrado para brincarem no sambódromo?
O carnaval é conhecido popularmente como “a festa da carne” - no latim, carnis levale (retirar a carne - pôr para fora e produzir todos os desejos carnais, para depois mortificá-la, durante os próximos 40 dias). No tocante a isso, não se misturam as coisas de natureza carnal com as de cunho espiritual.
Não se trata de extremismo, e sim, de cobrança por respeito, pois, podemos até ter outra fé, credo religioso e até desacreditar da crença alheia, porém, temos que respeitá-la.
Há quem diga que não tem nada a ver, que isso é ousadia lícita, mas, já que são tão ousados e acham que não tem nada a ver, será que os envolvidos teriam a mesma ousadia, para, nos próximos anos, usarem, no mesmo tom, algo ligado à fé muçulmana?
Não, né? Eles sabem com quem mexem... Aliais, pensam que sabem, porque, na verdade, estão mexendo com Deus, o Ser Supremo, e com Ele não se brinca.