Nos últimos anos, muito ouvimos falar de corrupção na política brasileira. Mesmo sem saber a fundo o que realmente ela é, concordamos com o que soubemos através da mídia e de outras fontes que julgamos ser confiáveis, porém, não nos aprofundamos na etimologia da palavra para fazer autoanálise, buscando entender e ver se nos encaixamos nesse grupo ou não.
Parece estranha a minha pronúncia quando digo “buscar entender e ver se encaixamos nesse grupo ou não”, mas, por mais estranha que pareça, a corrupção não está apenas em Brasília e em outros órgãos públicos, isto é, pode não estar tão longe de nós.
Entendendo a etimologia da palavra, segundo o Dicionário Online de Português, há vários conceitos que definem a palavra “corrupção”, dentre eles, “Ação ou resultado de subornar, de oferecer dinheiro a uma ou várias pessoas, buscando obter algo em benefício próprio ou em nome de uma outra pessoa; suborno. Utilização de recursos que, para ter acesso a informações confidenciais, podem ser usados em benefício próprio; alteração das propriedades originais de alguma coisa e ação de decompor ou deteriorar [...]”.
Buscando pela origem do vocábulo, a palavra corrupção vem do latim (corruptus) e seu significado é estraçalhado, quebrado em pedaços. O portal eletrônico Mundo Educação, define o verbo “corromper” no latim, como “tornar pútrido”, ou seja, tornar podre.
Agora tendo ciência etimológica e significativa da palavra “corrupção”, dialoguemos sem apontamentos, mas fazendo autoanálises reflexivas de maneira a entendermos e obtermos pequenas noções sobre nossas práticas e ações de cunhos sociais, coletivas e individuais.
Exemplos como, a prática de “colar” em provas para comprovar o que não sei, como se eu soubesse, ou até sei, porém, fugiu da mente; o “corte” em filas de bancos, hospitais, terminais rodoviários, etc.; o troco a mais que recebo, tenho ciência e não devolvo; a compra e venda de votos, entre outros “jeitinhos” brasileiro, tudo isso são formas corruptivas de levar vantagens sobre algo ou alguém.
Não adianta apontarmos dedos para Brasília se dentro de nós existe um ser corrupto. Por mais que a vantagem que levamos seja pequena, é também uma maneira corrupta de conseguir algo, que, dependendo do que for, de repente até tiramos de quem por direito e mérito de seu esforço seria merecedor de tal benefício.
Infelizmente o Brasil, conhecido como “o país do carnaval e futebol”, hoje é também reconhecido de forma internacional como “o país da corrupção”, e nós, brasileiros, temos o dever de, através das mudanças desses pequenos detalhes, provar ao contrário. Precisamos urgentemente parar de reprisar o enunciado que nos autodeclaramos corruptos, quando mencionamos o bordão “jeitinho brasileiro”.
Se os Poderes Públicos não deram e/ou não dão exemplos, não podemos continuar nos espelhando neles usando a desculpa que o “exemplo vem de cima”, pois cada ser humano é livre para fazer o que bem quer, independente de sua classe política e social, desde que seja de forma legal. E se errar, que seja punido judicialmente com o rigor da justiça. O exemplo está em nós mesmos, ou seja, nós somos os espelhos para nossas sociedades, famílias e gerações!