Exatamente hoje, o Brasil completa seu bicentenário de independência do domínio dos portugueses. Duzentos anos depois, será que nós, brasileiros, somos realmente independentes de Portugal? A resposta obviamente é “sim”, mas temos outro opositor (por sinal, caseiro), que nos aprisiona e nos faz ainda dependentes: o sistema.
Se no grito, ás margens do Ipiranga, Dom Pedro I, ao invés de exclamação, tivesse usado uma interrogação no final de seu brado, talvez fizesse mais jus ao que vivemos durante o processo desses 200 anos, pois, certamente, a grande maioria de nós, responderia: “- independência”, e não morte, mas, o sistema esmaga e mata os menos favorecidos para favorecer os que estão cada vez mais no topo da pirâmide social, que são as minorias - grandes empresários, bancários e políticos do alto escalão. Esses realmente são independentes, mas, os mais pobres, são cada vez mais dependentes do sistema e da política que os mantém no mesmo patamar social.
Um claro exemplo disto, é que muitos sujeitos vivem na miserabilidade, dependentes de terceiros até para comer e beber, enquanto, poucos vivem no alto escalão, esbanjando e ostentando recursos muito acima da normalidade, muitas vezes, conquistados de forma desonesta, tirando recursos da saúde, educação, habitação, infraestrutura, lazer e segurança dos mais pobres e miseráveis que tanto necessitam.
Finalizando, replico o grito de Dom Pedro I, produzido há 200 anos, porém, de forma interrogativa: “- Independência ou morte?”. Com certeza, você, leitor, responderá “independência”, claro, mas o sistema não nos quer livres, independentes, pois, ele precisa que permaneçamos presos, encabrestados e calados para manutenção de suas ostentações no topo da pirâmide social.