As duas ações em análise têm a relatoria de Moraes. A primeira delas é um recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra uma decisão de Moraes que determinou abertura de inquérito para apurar uma declaração de Bolsonaro. A fala em questão aconteceu durante uma live na qual o líder divulgou uma notícia que associava a vacina contra a Covid-19 à Aids.
A outra ação é relacionada a um recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). Nele, o órgão questiona o fato de Moraes ter pedido um relatório da Polícia Federal a respeito das mensagens obtidas na investigação sobre um suposto vazamento, por parte de Bolsonaro, de um inquérito da PF referente a um ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.
Em seu voto no pedido da AGU no caso sobre o TSE, Moraes afirmou que a divulgação dos dados sigilosos a respeito do ataque à Corte tinha o objetivo de tumultuar o processo eleitoral. O ministro considerou que o encerramento da investigação seria prematuro.
Já na decisão sobre o inquérito que apura a divulgação da notícia relacionada à vacina da Covid, Moraes votou para rejeitar o recurso da Procuradoria-Geral da República. De acordo com ele, a PGR não apresentou argumentos que justifiquem interromper a investigação.
Após Moraes votar nos dois casos, o ministro André Mendonça pediu vista e, consequentemente, as análises foram paralisadas. Além das duas ações, Mendonça também utilizou o pedido de vista para suspender o julgamento de dez recursos apresentados no chamado inquérito das fake news, que tramita sob sigilo.