Um relatório do Conselho de Ética Municipal do Rio de Janeiro pede a cassação do vereador Gabriel Monteiro (PL). O documento, referente ao processo ético-disciplinar movido contra o parlamentar, foi apresentado nesta terça-feira (2).
O texto alega que os atos praticados por Monteiro “são inquestionavelmente graves” e que o “exercício de mandato público é respeito à dignidade, sobretudo dos mais vulneráveis, e não postura de manipulação, arrogância e mandonismo”. Os vereadores dizem ainda que “ter poder não é abusar dele, nem vestir manto para abrigar desmandos”.
Às 14h, o parecer foi apresentado no plenário pelo vereador Chico Alencar (PSOL), relator do caso. O documento será enviado ao Diário Oficial e publicado ainda nesta terça. Alencar relembrou a passagem de Gabriel Monteiro na Polícia Militar, onde colecionou casos de indisciplina e detenções.
– O representado tem uma história de vida, como todos sabem foi dos quadros da PM, o que é honroso, mas por lá não durou muito. Chegou a ser expulso da PM por faltas e tudo mais, mas reverteu essa punição no Judiciário. (…) Conclui pela prática de condutas gravíssimas e conclui pela perda de mandato do parlamentar – disse Alencar.
O psolista frisa que há mais de 20 queixas contra Gabriel, tanto na Polícia Civil quanto no Ministério Público.
– Todas as posturas do vereador colocadas nessa representação se chocam violentamente contra esses conceitos e práticas que eu diria elementares na vida pública – concluiu.
O relatório afirma ainda que a “prática dos atos incompatíveis com o decoro parlamentar pelo vereador Gabriel Monteiro, apurados por este Conselho de Ética, tiveram o condão de atingir a própria essência do Poder Legislativo ao qual pertence”.
Com a publicação do relatório, a defesa do vereador tem cinco dias úteis para apresentação de alegações finais. Ainda que que não consiga manter o cargo na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro tem pretensões de deixar o espaço legislativo em breve, já que na sexta-feira (29) ele registrou candidatura a deputado federal para as eleições deste ano.
Mesmo com a Câmara decidindo pela cassação, se Gabriel Monteiro obtiver o registro de candidatura aprovado pela Justiça Eleitoral antes disso, o ex-PM poderá disputar as eleições de outubro. Gabriel Monteiro já é réu na Justiça por filmar sexo com uma adolescente e por importunação e assédio sexual cometidos contra uma ex-funcionária.
CRIMES DE GABRIEL MONTEIRO CONSTADOS NO RELATÓRIO