Quando se trata de algo relacionado a problemas de ordem pública, é comum ouvirmos e até mesmo produzirmos críticas relacionadas às prefeituras, estados e/ou União.
Grande parte é produzida com total razão do sujeito que exerce seu papel de cidadão, contribuinte e eleitor, mas em contrapartida, outro grande percentual imputa sua criticidade sem olhar para suas obrigações, e quando olham e fazem a auto-análise, (muitos) acabam percebendo que a solução do problema que gera o auge de suas reclamações estão em si próprios, o que tira desses indivíduos a razão.
Não há como dialogar sobre esse assunto de saúde pública sem trazer o discurso acima como introdução reflexiva que ajudará a esclarecer com dinamicidade o assunto em pauta. Digo isto, referindo-me ao indivíduo que sabe exercer com perfeição o seu papel de sujeito crítico e “cobrador”, que reclama e reclama, mas nada faz para que haja uma eventual mudança da tal realidade reclamada.
Entrando diretamente no assunto, posso afirmar que em pleno século XXI, o tema “Dengue” está mais que batido, repetitivo e até decorado, porém, volta a ser novidade todos os inícios de anos devido aos números que variam de forma aumentativa e agressiva na maioria dos municípios do Brasil, onde há a existência do vetor.
Todos nós sabemos que o maior transmissor dessa zoonose aqui no Brasil é o mosquito Aedes aegypti, que transmite além da Dengue, a Chikungunya e o Zika Vírus. Sabemos também que a maior e melhor prevenção são os cuidados em relação aos nossos espaços, cuidados estes que tangem a eliminação de água parada (local onde o mosquito se prolifera).
Cientes dessas informações, seria muito mais fácil cada um fazer a sua parte do que parar de fazer para reclamar da competência dos poderes públicos na questão, pois nem sempre a culpa é 100% dessas instituições.
Não estou defendendo prefeituras, estados e União, mas sim, faço valer a crítica direcionando-a a quem de tal modo procede, imputando culpas sempre a terceiros, deixando de executar suas obrigações como cidadão, já que problemáticas referentes ao Aedes aegypti é um problema de saúde pública, mas também social, e vivendo em sociedade como vive o ser humano, é meu e seu dever executar ações que cabem a nós em prol do melhoramento de nossas comunidades.
Mas de quem é a causa nesse processo embaraçoso à saúde pública? De quem é a culpa, do município ou do munícipe? Não é difícil responder, na verdade o problema é de ambos, mas o grande vilão é a consciência do sujeito.
Ajudando a entender essa resposta, posso fazer as seguintes colocações: uma prefeitura não vai até uma comunidade descarregar o seu lixo em lugares indevidos, fazendo de terrenos baldios e outros espaços, ponto viciados; o Estado não é o responsável pelo zelo da casa, terreno e demais ambientes privados do munícipe e tendo ciência dessas colocações, é bom lembrar que 80% dos mosquitos estão dentro dos nossos espaços, principalmente quando os “convidamos”, isto é, quando deixamos a desejar no quesito limpeza. E quando o Poder Público deixa de fazer o seu papel de assistir as comunidades no enfrentamento e combate ao mosquito, ele passa a ter parcela de culpa acentuada.
Segundo o portal G1 (2019), nos 8 primeiros meses do ano passado, o Brasil já registrava mais de 1.4 milhão casos de dengue, enquanto o portal O Globo (2019) noticiava o crescimento da doença em 600% em todo o país, em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Brasil é um país com dimensões continentais, porém, o mosquito mede em torno de 0,5 cm, ou seja, o grande quantitativo de pessoas contaminadas com o vírus da dengue não se justifica pelo tamanho da dimensão geográfica do país e somente mesmo pela falta de cuidados da população que tem cabeça pensante e age conforme sua (ir)racionalidade.
Fortaleça na prática as instruções passadas pelo Ministério da Saúde referentes ao exercício de tais cuidados com o seu ambiente em pelo menos um dia fixo da semana, todas as semanas, pois em média, 7 dias é tempo suficiente para o artrópode reproduzir, principalmente durante as épocas mais quentes do ano.
Contribua com sua parcela de cuidados e espalhe a idéia, pois, se cada um fizer sua parte, com certeza teremos dias melhores e mais saudáveis para viver com mais qualidade.