Toda profissão precisa de formação específica, ou no mínimo, conhecimento voltado à área de atuação. Exemplos: para um sujeito trabalhar como médico, obviamente, ele precisará cursar medicina; para se tornar engenheiro, logo, este precisará cursar uma faculdade de engenharia; para atuar como professor, incontestavelmente, precisará cursar minimamente quatro anos um curso pedagógico ligado à disciplina de sua atuação.
Por mais que “político” não seja uma profissão, e sim, uma ocupação, porque nossos políticos não precisam necessariamente ter algum curso voltado à área de sua atuação, na qual, passará quatro anos à frente de um cargo eletivo, representando, no mínimo um município? Atualmente, para se tornar, por exemplo, candidato a vereador, basta que o sujeito seja maior de 18 anos, saiba ler e escrever, tenha nacionalidade brasileira (ou ser naturalizado), possua pleno exercício dos direitos políticos, não possua débitos com a Justiça Eleitoral, esteja filiado a algum partido político a pelo menos um ano antes da eleição a ser disputada, tenha domicílio no município a concorrer o cargo, e, no caso de homem, tenha o certificado de reservista.
Talvez isso explique porque a política brasileira, aos olhos de muitos eleitores, está tão insignificante. Pessoas sem o mínimo conhecimento e capacidade de ocupar uma vaga, concorrem, ganham e assumem os respectivos cargos, apenas porque são conhecidos, famosos, engraçados, ou porque caíram na graça do povo, não pelo o que são e seus conhecimentos políticos, mas pelo o que produziram fora do mundo do político e viralizaram, muitas vezes, de forma até negativa.
Há quem diga que estou sendo extremista ou até preconceituoso com essa narrativa, mas, basta fazer a seguinte análise para chegar a esse denominador comum: se você presta um concurso público para uma vaga de médico clínico no seu município, passa na etapa de provas e é classificado, e ao entregar a documentação pedida, não tem o diploma de médico, você assume a vaga? - Obviamente não! Você estará automaticamente desclassificado, e com base nisso, então, porque podemos concorrer a uma vaga pública por eleição sem ter o mínimo conhecimento político comprovado?
Atualmente, existem cursos ligados à área política, como por exemplo, Ciências Política, Gestão Pública, entre outros, mas, de forma retórica pergunto: - Qual político, atualmente eleito, se interessa em estudar para melhorar seus conhecimentos políticos? Para a maioria, o que interessa é ganhar dinheiro, ter fama, status e ponto final.