Volta e meia, o Brasil tem dado palco a sujeitos anônimos, não por suas capacidades, mas por suas ações, em certos casos, negativas, que viralizam e caem na graça do povo, e ao que parece, de forma positiva, mesmo que a ação tenha sido errônea e até repulsiva.
O caso do - até então, mendigo de Brasília, Givaldo Alves, conhecido agora como “Mendigo Pegador”, não foi diferente. Depois de ter relações sexuais com uma mulher, que segundo laudo médico, estava em surto psicótico, apanhar do marido da mesma e expor toda a intimidade ocorrida durante o ato, virou celebridade, tendo inclusive, depois do acontecido, conquistado milhares de fãs seguidores em uma de suas redes sociais.
Em entrevistas, o Mendigo Pegador mostra desenvoltura e sapiência na forma de falar, dando a entender que Givaldo é uma pessoa culta. Mas não questiono a capacidade do sujeito para conquistar tal fama e carinho de seu público, e sim, a forma em que ele conseguiu atrair esse público, partindo do anonimato ao posto de celebridade em questão de dias.
Mas não parou por aí. Talvez, para piorar tamanha imbecilidade do público que fizera do mendigo uma celebridade, segundo consta, até convite para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, Givaldo recebeu. Se a fama do mendigo for além do esperado, não estranharei se ele aparecer nos próximos realities shows da televisão brasileira.
Independente se a relação entre Givaldo e a mulher fora consensual ou não, se ela realmente estava surtada ou não, é estranho, num país tão rico culturalmente, ter parte do povo imbecilizado, de forma a dar tanta fama a uma pessoa que expõe publicamente, toda a intimidade sexual que teve com uma mulher durante o momento. Certamente, sujeitos pertencentes a esse público, são pessoas que viraram “mendigos culturais”, nesse país onde, pessoas que lutam e produzem excelentes artes e corretas ações, são rejeitadas e permanecem ocultas no anonimato, e as que produzem ações errôneas, são as que se tornam uma espécie de ídolos e celebridades do povo.