Geralmente fazemos uso dessa expressão (no lugar errado, na hora errada) em diversos episódios inusitados. Em algumas situações, concordo que realmente uma pessoa possa estar no local errado e no momento errado, porém, em certas circunstâncias, a colocação dessa locução é que utilizamos de forma errada e para o incidente errado.
Por exemplo, pode acontecer de uma pessoa está passando debaixo da janela de um prédio e um vaso de planta cair acidentalmente do 5º andar sobre sua cabeça, ela se machucar gravemente ou até ir a óbito. Isso seria uma fatalidade que se encaixaria muito bem na expressão acima citada.
Por outro lado, se um sujeito de bem está passando pela rua, sofre um assalto, latrocínio ou é vitima de “bala perdida”, ao aplicar a expressão acima (em casos como esse), estamos equivocados, pois o cidadão de bem está no lugar certo e na hora certa, já que este não deve nada, não pesa o bolso de ninguém e constitucionalmente, pode andar livremente. O bandido, autor da atrocidade, é quem está no lugar errado e na hora errada, já que lugar de bandido é na cadeia, e não nas ruas atormentando a vida de pessoas honestas.
Expressões como essa, são falas que repetimos a partir daquilo que ouvimos, porém, são equívocos, que, se analisarmos ao pé da letra, dará a entender que estamos ofertando à bandidagem os nossos ambientes comuns como pontos legais de suas criminalidades, como se fosse natural suas más condutas, e nós é que estivéssemos errados ao estarmos ou frequentarmos locais públicos, em que, possivelmente possamos sofrer esses atentados contra a vida, contra a dignidade e contra nossa liberdade de ir e vir em segurança.