Na última sexta feira, 13 de agosto, foi presa em Niterói/RJ, a ex-deputada federal Flordelis, suspeita de ser a mandante do assassinato do próprio marido, em 2019.
Antes de deputada, Flordelis dos Santos já era conhecida como um ícone da música gospel e também como pastora evangélica de grande reputação em todo o Brasil.
Nos últimos dias tenho lido e ouvido algumas opiniões em torno da prisão da ex-deputada, criticando não a pessoa de Flordelis, mas fazendo ligação do assassinato à sua fé professada, como se a crença, a religião e o pastorado fosse algo determinante para a idealização e laboração do crime cometido.
A citada não cometeu o delito (mandante, segundo a polícia) porque é deputada, porque é cantora ou porque é evangélica. É um grande equívoco esse tipo de julgamento generalizado, pois o sujeito não manda ou comete um crime pelo cargo que exerce ou pelo direcionamento de sua fé, isto é, porque é (ou se diz) evangélico, católico, espírita, budista, etc., mas sim, por sua má índole e/ou outras características ligadas à sua personalidade individual – salvo quando em legítima defesa, acidente inevitável, etc.
Devemos policiar nossos pensamentos para não produzirmos críticas de juízo sem fundamentos, generalizando nossos enunciados, de forma a abarcar pessoas de caráter, que fazem parte de sociedades de bem. Não é porque existem uma ou duas pessoas errôneas infiltradas em um coletivo (como a igreja, por exemplo), que todo o grupo deve ser “punido” na língua da sociedade, levando a nomenclatura de ruim.
Flordelis errou, mas a bancada dos deputados (nessa questão) e a igreja não. Portanto, dê “nomes aos bois” e nunca generalize o que não deve ser generalizado.