Não há como dialogar sobre algo que envolve palavras com dialeto diferente da nossa língua de origem, sem ao menos conceituar a etimologia do seu termo e seu significado.
A tradução da palavra “Black Friday”, do inglês para o português é “Sexta Feira Negra”. O Black Friday teve origem nos Estados Unidos, e ocorre sempre nas quartas sextas-feiras dos meses de novembro, sempre considerando sua ligação com a data do Dia de Ação de Graças, a quarta quinta-feira de novembro, feriado na cultura americana.
Esse é um dia especial para o comércio, comerciantes e consumidores norte-americanos. As lojas lançam verdadeiras e atrativas ofertas, que segundo a redatora Priscila Yamany ao portal Scayscanner (2019), os descontos chegam a até 60% em algumas lojas do país.
E por aqui, como as coisas funcionam no Black Friday?
Para início de discurso, já repudio o fiel seguimento ao nome da data promocional americana, pois nosso Black Friday (e não Sexta Feira Negra como deveria ser transparentemente chamado) não tem nada a ver com o motivo efetivo da data promocional dos Estados Unidos, levando em conta que nos brasileiros nem temos a cultura de comemorar o Dia de Ação de Graças como é comemorado pelos estadunidenses.
O segundo ponto que coloco, passa por uma interrogação em forma de pergunta retórica: será que temos de fato, promoções nessa data aqui no Brasil?
Não generalizando e nem desfazendo do comercio brasileiro, infelizmente não dá para confiar em 100% dos estabelecimentos, no que tange a fidelidade promocional no Brasil, principalmente nessa data, pois sempre existe uma ou outra instituição que usa de má fé, fazendo reajustes de preços inesperados e de forma exorbitante, a alguns dias que antecedem ao Black Friday, regressando esses preços a seus valores genuínos na exata “data mágica”, como se concedesse o esperado desconto com os preços dentro da normalidade que já são comercializados os produtos.
O consumidor deve ficar atento também à datas de validade, funcionamento, prazos de entrega e condições física do produto, pois segundo o Reclame Aqui Notícias, o Black Friday edição 2018, teve em média 5,6 mil reclamações de diversos tipos, inclusive os citados.
Nossa realidade está longe de proporcionar ofertas como as encontradas no Black Friday americano. Importamos o nome, mas não importamos a originalidade do negócio de forma a fazer jus a realidade financeira dos brasileiros e acredito que seja devido aos altos impostos que estão embutidos nos produtos comercializados por aqui. Mesmo as lojas que aderem legalmente a campanha promocional, não conseguem a derrubada de preços como conseguem os lojistas norte-americanos.
A exemplo disto, reporto-me a uma pesquisa que a Tecmundo disponibilizou em seu site em novembro de 2018 comparando as diferentes realidades de mercados. Por exemplo, um aparelho Apple Watch 4, é vendido nos Estados Unidos no preço de R$ 1.608,75 (US$ 429.00), enquanto no Brasil, pagamos em média R$ 3.599,00. Ou seja, para nós brasileiros chegarmos a essa realidade condizente ao preço americano, nosso comércio teria que oferecer um desconto de aproximadamente 55% para o mesmo produto, Apple Watch 4, chegar ao preço de R$ 1.619,00 no Brasil.
Infelizmente o Brasil está ainda distante de ser uma potencia comercial que ofereça a seus consumidores grandes descontos, como oferece países como os Estados Unidos, Canadá, entre outros.