Nos últimos dias, temos acompanhado, principalmente através das mídias televisivas, notícias que giram em torno da decisão do STF em relação a legitimidade eleitoral concedida ao ex presidente Lula (PT), que em 2017 fora condenado a mais de nove anos de prisão, pelos supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, nas ações que envolveram o famoso triplex do Guarujá.
Em relação a isso, ciente de que muitos discordam da minha tese, enquanto, muitos outros concordam, não sou advogado e muito menos juiz, mas sou brasileiro com cabeça pensante para tecer e fundamentar críticas sobre o que eu penso, porém, essa não é a questão em pauta, ou seja, o que busco a comentar, pois minha pretensão hoje refere-se a euforia da mídia tendenciosa ao noticiar tal fato.
Na última semana, os noticiários dos programas jornalísticos me fizeram lembrar certos narradores do futebol brasileiro, cujo, se em uma partida entre Flamengo x Vasco, por exemplo, o narrador for flamenguista, na hora do gol do time rubro negro, a narração é uma festa e na hora do gol do adversário, ele não narra, praticamente chora a narração, como se estivesse narrando obrigado. Dessa forma, nos últimos dias, vi certas emissoras de TV (principalmente as dos Marinhos), noticiarem a liberdade política do ex presidente Lula para concorrer às próximas eleições, em 2022, isto é, narrando o fato com grande euforia. Seria devido a declarada guerra contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que assumidamente demonstra detestar a emissora ou seria de fato uma antecipada opção política da emissora, que em outra época, também já foi objeto de críticas da emissora matriz?
Não me cabe julgar julgamentos, muitos menos julgamentos de julgamentos, porém, tenho opinião formada e estruturada sobre isso. Comemorar a legitimidade de um sujeito, agora ex-condenado, por um possível retorno, ciente de que, caso ele volte, eles (mídias) voltarão a atacá-lo, parece-me um pouco de hipocrisia.
Com essa fala, não estou “fazendo sala” contra Lula e a favor de Bolsonaro, estou apenas estranhando tamanha euforia da mídia suja em torno de uma tese, na qual, como grandes mídias, deveriam ficar eufóricos com a cassação dos direitos de mais corruptos que estão aptos na política brasileira, e não a favor do retorno de mais um.