Vivendo em um país onde vemos e sentimos os reflexos da gigantesca desigualdade social, o choro não é livre, como afirmou contrariamente a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju Coutinho, na edição do programa Jornal Hoje - Rede Globo, de terça feira, 16.
Dois dias depois, reconhecendo seu equívoco, a mesma se propôs a se desculpar com os brasileiros pela produção de sua “fala infeliz”, como ela mesma nomeou. Creio que as desculpas foram aceitas, partindo do princípio de que todos estamos sujeitos a erros devido nossas imperfeições humanas, mas não dá para deixar “passar em branco”, visto que, também sou brasileiro, e por mais que não sou comerciante, pequeno empresário, também sinto a dor de quem precisa trabalhar e por força de decretos estão impossibilitados de abrirem as portas de seus respectivos negócios.
O choro pode ser livre sim, mas para a Maju e demais indivíduos que estão inseridos na mesma classe social ou superior a dela. Uma fala infeliz como essa, vindo de uma jornalista conceituada, idealiza em mim o pensamento de que ela não conhece a realidade social e financeira da população brasileira.
Principalmente os formadores de opinião, como é a apresentadora, a jornalista em questão, antes de produzirem suas falas, é importante estudar sobre o conteúdo que vão dizer, para não sair falando besteiras. Tanto ela, como os colegas de emissora, “volta e meia” tecem críticas ao presidente Jair Bolsonaro por suas besteiras oralmente produzidas, mas fazem igual quando apresentam falas sem qualquer conhecimento da realidade.
Para concluir, baseio-me nas estatísticas do IBGE que apontam menos de 1% da população brasileira entre os ricos, dividindo o restante da nação entre classe média, pobres e miseráveis. Conhecendo essa realidade, qualquer um pode afirmar que o choro não é livre diante das dificuldades em que as classes mais pobres estão enfrentando em meio ao pandemônio instaurado pela pandemia, o que dificulta qualquer reação financeira para quem precisa trabalhar urgentemente, mas não pode.