Prefeitura de Aracruz fala, mas não dá finalidade aos leitos de UTI da Barra

Um dos grandes debates dos últimos dias, tem sido a destinação dos leitos UTI Covid-19 paralisados no HPP da Barra do Riacho

Pressionada após cobranças da população e de vereadores, ontem 22, a prefeitura divulgou um conteúdo em suas redes sociais a fim de minimizar as críticas dos últimos dias.

A nota apontou diversas falhas na execução do projeto e que segundo a administração, hoje não reúne condições de funcionamento.

Entretanto, em nenhum momento a prefeitura informa a destinação que será dada aos leitos, este é justamente o grande questionamento da sociedade. Em meio uma crise e falta de leitos de UTI Covid, inclusive em Aracruz, os 55 leitos, sendo 10 UTIs que nunca foram utilizados e estão abandonados no HPP da Barra, serviriam para ajudar a população.

De acordo com especialistas um investimento que chega a aproximadamente R$ 3 milhões de reais, conseguidos junto a deputados federais e estaduais com emendas e em parceria com o Governo do Estado, estaria sendo desperdiçado sem nenhuma finalidade a três meses.

A vereadora Adriana Guimarães (Republicanos) cobrou na sessão de ontem, na Câmara municipal, esclarecimentos e uma definição de como a prefeitura pretende tratar a questão.

Veja o destaque seguir:

Irregularidades identificadas na criação do Hospital de Pequeno Porte

1-    Inadequação das instalações físicas às normas de vigilância sanitárias;

2-    Ausência de equipamentos médico-hospitalares essenciais ao adequado funcionamento da unidade;

3-    Inexistência de equipes de saúde para atendimento na unidade;

4-    Ilegalidade nas contratações de obras e serviços para adequação de espaço;

5-    Descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), pela ausência de previsão orçamentária para criação de despesa;

6-    Violação da base normativa do SUS na demonstração de estudo técnico para a criação do HPP;

7-    Inexistência de estudo da necessidade dos serviços a serem prestados, violando legislação do SUS;

8-    Falta de aprovação do plano de trabalho para criação do HPP, junto ao Conselho Municipal de Saúde.

Outro lado

Procuramos a ex-secretária de saúde de Aracruz Clenir Avanza que em comunicado, alegou que as irregularidades apontadas pela prefeitura não correspondem com a realidade, ela apontou algumas incoerências na nota, alegou que grande parte é mera burocracia, e disse que fazer funcionar um Hospital de Pequeno Porte não é tarefa fácil, mas que que a população não tem culpa de nada, e merece ser atendida. 

Clenir acrescentou em sua fala o seguinte “Penso que esqueceram de ler o Decreto federal que declarou a urgência na saúde por conta da pandemia e que afastou todos os ritos processuais”, em seguida agradeceu o contato, mas disse está em outro desafio, desejou sorte e que Aracruz encontre as soluções que precisa.