Os comerciantes da cidade de Aracruz se uniram para enfrentar as últimas decisões do poder público através de decretos que proibiu parte de suas lojas de funcionarem abrindo suas portas.
Eles decidiram que não vão mais seguir a diretriz de manter seus negócios fechados, em razão dos prejuízos acumulados ao longo da pandemia.
Fabio Pimentel é proprietário de uma loja de material esportivo e um dos participantes do movimento, para ele, as decisões que estão sendo tomadas são questionáveis e não há uma explicação científica que comprove que essas medidas tragam algum resultado prático.
“Todo trabalho é essencial, todos dependem de seus trabalhos para viver”, falou indignado o comerciante.
Segundo Fábio, não há diálogo até então com o setor, “eles tomam estas medidas à revelia baseados em suas convicções e não nos ouvem”, complementou ele.
Segundo o empresário, há uma união entre os comerciantes da cidade para enfrentar as medidas que a luz da constituição são ilegítimas. Ele ainda acrescentou que na visão dos comerciantes, trata-se de um movimento político para destruir o país e prejudicar os pequenos empresários com viés ideológico.
Sobre as possíveis repressões anunciadas pela prefeitura nos últimos dias, Fabio disse não haver nenhuma preocupação, “estamos prontos para enfrentar unidos essa situação”. Caso haja algum repressão por parte do poder público ao funcionamento do comércio (o que não houve neste sábado), os proprietários de lojas estão dispostos a endurecer na forma de protesto.
“Hoje estamos trabalhando e vamos continuar, eu sinceramente espero que o prefeito não nos atrapalhe, porque se vierem nos proibir de trabalhar, aí nós vamos radicalizar e fechar essa cidade de verdade em todas as suas entradas e saídas, eu nunca pensei em participar de uma coisa assim, mas a gente não aguenta mais”, argumentou Fábio.
A preocupação dos empresários é ter que demitir os funcionários caso sejam obrigados a fecharem as portas.
Para o empresário Evilásio Costa, mesmo tendo seu comércio incluído na lista de serviços essenciais, e portanto sem a necessidade de fechar, é preciso se unir aos colegas que precisam tocar suas empresas e trabalhar para pagar as contas.
“Eu apoio este movimento em solidariedade aos meus amigos que estão perdendo suas rendas, isso não é justo”.
Outro questionamento por parte dos comerciantes é a seletividade, eles não conseguem entender como alguns podem e outros não trabalhar.
“Nossas lojas seguem os protocolos, nunca tem loja cheia e aglomeração, quem nos dera ter a loja cheia, as coisas já estão muito difíceis, aí querem piorar?” Indagou outro comerciante que preferiu não se identificar.
Segundo o movimento, as lojas irão abrir normalmente na segunda-feira 23, e respeitar caso haja alguma intervenção das autoridades, mas partindo para outras formas de protestar.
Carreata de protesto
Hoje a tarde as 15;30h haverá uma concentração para uma grande carreata de protesto contra as medidas tomadas nos decretos estadual e municipal. Segundo os organizadores, o objetivo é sensibilizar as autoridades da importância de permitir que comerciantes possam trabalhar em Aracruz.