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Cultura Conversa

O funcionamento do transporte público e a quarentena: grandes divergências

Com Rondilei Paixão

17/03/2021 08h06
Por: Redação O Diário Fonte: Diversas
O funcionamento do transporte público e a quarentena: grandes divergências

Na tarde de ontem, 16 de março, o governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) fez um pronunciamento demonstrando preocupação com o aumento do número de pessoas infectadas pela Covid-19 no estado, inclusive citando o percentual de leitos ocupados, que ultrapassa a casa dos 90%.

De fato, tomando por base esse percentual, a situação é preocupante e por esse motivo, Casagrande decretou quarentena de 14 dias em todo o território capixaba a partir da próxima quinta feira, dia 18, para tentar frear e regredir o crescimento do número de contaminados no estado, porém, não acho suficiente o fechamento de alguns serviços e instituições, sendo que uma das principais prováveis fontes de propagação do vírus, o transporte público, nem foi enfatizado no pronunciamento de ontem, ou seja, os ônibus ligados ao sistema de transporte do governo vão continuar circulando na sua (a)normalidade, pelo menos na Grande Vitória, sempre lotados e sem a mínima condição de distanciamento social, principalmente em horários de pico.

Divulgados no início do mês de agosto do ano passado, segundo os resultados das pesquisas da quarta fase do inquérito sorológico da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa), “29,1% dos capixabas que testaram positivo para a doença, passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus”. Para o médico infectologista Lauro Pinto (2020), “[...] uma viagem de cerca de 20 minutos em um ônibus cheio, por exemplo, pode significar um grande risco de contaminação [...]”. 

Se as autoridades estão de fato preocupadas prioritariamente com a saúde do povo, parem os transportes públicos durante a quarentena (mesmo que não seja um lockdown) ou dêem condições de segurança à saúde dos usuários, mas vejo que a verdadeira prioridade não é exatamente o povo, e sim, o capital, visto que, parando de circular o transporte público durante esses dias, reprime a circulação de muita gente, mas em compensação, empresas e o próprio governo deixam de lucrar, ou seja, primeiramente o capital, segundamente a saúde do povo.

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