Quem depende de transportes do sistema público, logo vai se identificar com a conversa de hoje. Em época de pandemia, a constante fala dos governantes e seus representantes através das mídias, tem sido o apelo a “não à aglomeração” em seus diversos tipos. Concordo, visto que, o temido vírus da Covid-19 tem potencial avassalador e a capacidade de se espalhar mais facilmente do que imaginamos, porém, como diz o velho ditado, “pau que bate em Chico,” não tem batido em Francisco, quando o assunto é aglomeração no transporte público.
Vejo circular ônibus superlotados, abarrotados de gente pelas ruas dos bairros e cidades, principalmente na região metropolitana da Grande Vitória/ES, onde vivo. Veículos hiper lotados acima do limite não aceitável para qualquer momento, muito menos para esse momento de pandemia. Ou seja, há aglomerações nesses ônibus.
Não vejo nossas autoridades tomando as devidas providências, assim como tomam em relação ao povo que curte praias, festas, etc. Por quê? Porventura o vírus não anda de ônibus, estão presentes apenas nos ajuntamentos de cunhos particulares? Hipocrisia de quem cobra tanto de um lado e relaxa do outro... Outro inclusive, que eles têm em mãos, já que as empresas de transportes públicos têm ligação com o poder público, como o próprio nome sugere (transporte público).
Deixo bem claro que minha fala não se trata de apologia à aglomeração, pelo contrário, se há ajuntamento em excesso de indivíduos, os governantes têm mesmo que coibir e acabar para diminuição da circulação do vírus, porém, que haja equidade e igualdade nisto. Do mesmo jeito que impedem a aglomeração de cunho particular, que reprimam também o acúmulo de pessoas dentro dos transportes públicos e nos terminais rodoviários, senão, toda essa falácia se torna uma hipocrisia que visa apenas os próprios interesses junto às empresas e demais interessados.