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Política Na lista

Secretária de Aracruz aparece como “pescadora” em lista de indenização da Vale no caso Mariana

Dileuza Del Caro foi vereadora e agora é secretária com salário de R$ 13,5 mil reais, mesmo assim, se cadastrou como pescadora atingida pelo desastre ambiental.

11/02/2021 14h03
Por: Redação O Diário Fonte: da redação
Ex-vereadora e secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho Dileuza Del Caro.
Ex-vereadora e secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho Dileuza Del Caro.

De acordo com os documentos apurados junto à justiça, a ex-vereadora e atual secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho Dileuza Marins Del Caro (PSB), tem seu nome na lista de beneficiados pelo acordo feito com pescadores de Vila do Riacho que estão sendo indenizados por perdas em decorrência do acidente de 2015 na barragem de Mariana. Na época o Rio Doce teve suas águas comprometidas e prejudicou os pescadores da região, que passaram a brigar na justiça pelo direito a uma reparação e compensação pelos danos causados.

Ainda de acordo com os documentos Dileuza participou da “Comissão de Atingidos de Aracruz” que visava representar os demais diante das empresas Vale e BHP através da Fundação Renova.

Agora no começo de 2021 foi proposto um acordo para que o caso fosse encerrado e a comissão onde a secretária da prefeitura de Aracruz participou acabou aceitando a proposta feita por intermédio da Fundação Renova representante das empresas envolvidas na tragédia, Vale S.A e BHP Billiton do Brasil.

Chama atenção de que em nenhum momento nos documentos o nome de Dileuza aparece com a identificação de vereadora, uma autoridade constituída no município, e nem agora quando assinou o acordo já como secretária do município de Aracruz. Outro destaque, é que na documentação a secretária é identificada como “pescadora artesanal de fato”, ou seja, pessoa que vive da pesca informalmente, o valor recebido pela secretária é de quase R$ 100 mil reais.

Procuramos Dileuza para uma explicação, ela enviou a seguinte resposta:

Eu, assim como todos os atingidos pelo maior desastre ambiental do Brasil, que se cadastraram no Sistema de Indenização da Fundação Renova, tivemos nosso cadastro apreciado e deferido para receber a compensação pelos danos decorrentes do desastre. Sou moradora de Vila do Riacho onde possuo imóveis, desde o ano de 1983. Assim como os demais moradores, fui impactada e reconhecida”.

Dileuza não disse quais os prejuízos o desastre de Mariana lhe causou, e nem explicou porque seu nome aparece na lista identificada como “pescadora”.

Procurada a Prefeitura de Aracruz limitou-se a dizer que o processo da secretária Dileuza Marins diz respeito à pessoas física, não havendo qualquer relação com a função de gestora do município.

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ManúHá 4 anos Colatina ESGente eu entrei na faculdade em 2016. Sou agricultora familiar e hoje também bacharel em Direito, na época do desastre em 2015 eu nem estudava Direito. Dada a demora na qual essa idenizaçao está indo, quando sair a idenizaçao talvez eu serei advogada, isso não tira o meu direito de atingida na época do fato.
Cimar Giuberti Há 4 anos Linhares ESMas na época, digo, em 2015 ela era pescadora. O fato de ser secretaria hj, não muda o crime cometido pela Samarco. Penso q ao invés dessa matéria sensacionalista, vcs poderiam fazer uma matéria sobre a demora que tá tendo para a idenizaçao simplificada. Por exemplo em 2015 minha companheira era somente agricultora, em 2020 ela concluiu a faculdade de Direito, digamos q ela passe no exame de OAB e a idenizaçao só saia depois q ela for advogada... vcs vão questionar?
Luiz Claudio Vieira LopesHá 4 anos Aracruz ESO MP tem a obrigação em apurar essa excrescência e investigar todos os destinatários dessa indenização no município. Penaliza quem realmente precisa.
EduardoHá 4 anos AracruzPorqueira
TerezinhaHá 4 anos AracruzA verdade é que nosso país não sai do fundo do posso por esta razão. As pessoas não medem esforços pra tirar o pão da boca de pessoas que realmente vive da pesca ou de outro tipo de sobrevivência que venha do mar, que são os verdadeiros atingidos pela tragédia. A outras pessoas da barra que são aposentados e trabalham até hoje na empresa celulose e também abriram processo contra a Vale, sinto-me vergonha, com certeza as pessoas que realmente precisam não conseguiram nada. Investiga Vale.
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