A disputa pelo controle do Poder Legislativo de Aracruz está ficando cada dia mais acirrada, de um lado os vereadores eleitos querem mostrar a que vieram, e estão dispostos a elegerem um colega dentre eles para assumir o posto de presidente da casa. Após muitas conversas e reuniões o nome do vereador eleito Roberto Rangel (Podemos), aparece com muita força nos bastidores.
Articulações e a construção de um entendimento é o que vem ocorrendo em profusão nas últimas horas, habilidoso com o processo o vereador fez uma campanha baseada em um novo modelo de condução do processo político, Robertinho liderou o movimento “vamos ocupar a cidade”, inspirado nas boas práticas da vida pública, quer politizar a comunidade através de ações e pautas que levem o conhecimento e transparência aos cidadãos, tanto dentro da política, quanto de fora. Ele traz consigo a experiência de participar da liderança de uma igreja evangélica na cidade que tem crescido a Bethel, além de formação na área de economia.
Isso tem tornado Robertinho um nome interessante aos olhos dos colegas que acreditam que a figura de alguém mais equilibrado e qualificado, pode ajudar a melhorar e resgatar junto a população a desgastada imagem do legislativo de Aracruz. Ele faz a linha de moderado e se relaciona bem por todos os lados, e isso pode ser decisivo neste processo. Segundo apuramos existe a possibilidade de 11 colegas optarem pela chapa liderada por Roberto Rangel. Dentre eles estaria o vereador mais votado da cidade e grande liderança indígena Vilson Jaguareté (PT).
Do outro lado pensando no controle do processo, o novo governo está se mexendo e bem para garantir que a nova mesa da Câmara tenha um nome que esteja sob a batuta do executivo, neste caso as movimentações indicam que Lula (DC) pode ser o nome de interesse do governo. Jean Pedrini (Cidadania) tem se esforçado para ser o intermediador e já atua como liderança do governo acompanhando de perto a aliança do outro lado, levando as informações para o governo construir sua estratégia.
O vereador Lula foi aliado do atual prefeito Jones Cavaglieri (SDD), tem a seu favor a experiência do 3º mandato e pertence uma ala mais assistencialista e pragmática da política, ou seja, é capaz de defender o prefeito em situações complicadas, mesmo sob pressão como já demonstrou nesta legislatura, desde que o prefeito cumpra com os acordos pré-estabelecidos. Lula é do tipo político tradicional e mais fácil do governo ter controle, essa é a leitura que está sendo feita nos bastidores.
Coutinho tem conversado com cada um dos vereadores eleitos de forma individual e também coletiva para buscar uma forma de construir sem gerar ruídos na relação entre o governo e o parlamento do município, o novo prefeito sugere uma chapa única onde fique mais tranquila a decisão e facilite o caminho do executivo. Coutinho prometeu anunciar seu candidato só dia 30, ou seja, uma estratégia para diminuir o tempo de uma eventual chapa concorrente, mas se o nome de Lula se consolidar mesmo como candidato do governo, dificilmente haverá consenso no plenário da Câmara. Vale lembrar que mais enfraquecidos, mas não de fora totalmente da disputa, estão outros nomes como do advogado Andrezinho Carlesso (PP) e Bibi Rossato (PSL). Apostar numa queda de braço a esta altura não deveria ser a prioridade do governo, isso poderá trazer já no início da gestão um desgaste com parte dos parlamentares e quebra de confiança entre os poderes.