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Flamengo: Elenco e Rogério Ceni firmam pacto pela conquista do Campeonato Brasileiro após queda na Libertadores

O movimento foi capitaneado pelos líderes do elenco.

04/12/2020 11h17
Por: Redação O Diário
Time precisa reagir para garantir o sucesso de 2019.
Time precisa reagir para garantir o sucesso de 2019.

A eliminação para o Racing de forma precoce na Conmebol Libertadores incomodou o Flamengo não apenas pelo resultado. Mas pela maneira. Ainda no vestiário, a incredulidade preenchia o vazio na queda tão cedo na competição sul-americana. A semana de treinamentos com Rogério Ceni anterior ao confronto foi considerada proveitosa, e o desempenho poderia ter resultado numa vantagem maior no primeiro tempo. Ainda na dor da eliminação, elenco e treinador se aproximaram e fecharam um pacto: vencer o Campeonato Brasileiro.

Uma forma de entregar um mínimo resultado aguardado pela torcida e ainda ajudar Rogério Ceni e suas ideias a vingar no primeiro pelotão do futebol nacional. Há sincronia no pensamento e simpatia mútua nesse primeiro mês do treinador no Ninho do Urubu. Justamente por isso a queda deixou feridas.

O movimento foi capitaneado pelos líderes do elenco, como Diego Alves, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Diego e Éverton Ribeiro. A expectativa era avançar diante do Racing e consolidar o resgate do Flamengo, à la Jorge Jesus. Mas ocorreu um balde de água fria.

No período de três meses de Domènec Torrent não houve boicote, mas tampouco entendimento de ideias. Acostumados com intensidade alta nas atividades e detalhes minuciosos dos adversários, o elenco sentiu demais a diferença para os métodos do catalão em relação ao português. Com Rogério, a percepção é de que os pontos divergentes reduziram sensivelmente.

Obcecado pelo trabalho, o treinador varou madrugadas a dentro do Ninho do Urubu. A proposta de fazer um time novamente avassalador, com domínio no campo adversário, sufocando o rival, agrada a quem tem na memória as exibições, coletivas e individuais, em 2019.

Foi o que a equipe tentou - e até conseguiu - fazer contra o Racing. Pressionar, recuperar a bola e agredir, de forma vertical, o rival no próprio campo defensivo. A ideia é trabalhar exatamente assim no clássico contra o Botafogo, neste sábado, pelo Campeonato Brasileiro.

Mas há consciência, claro, de que houve falhas. Não apenas da defesa, mas também nas oportunidades de finalização para resolver o jogo. Há trabalhos específicos em curso justamente para resolver os dois problemas.

Internamente existiu lamento pelas ausências de Gabigol e Pedro sem as melhores condições físicas. O departamento médico chefiado por Márcio Tannure foi alvo de críticas internas pelo desempenho e principalmente trocas de profissionais ocorridas, além de embates de vaidade.

A argumentação dada à diretoria é de que os novos contratados precisariam de quatro semanas para adaptação aos processos utilizados no CT rubro-negro. Na ótica do departamento de futebol este prazo foi atingido justamente nesta semana e apenas Thiago Maia, que passou por cirurgia no joelho esquerdo nesta quinta, era considerado efetivamente entregue ao departamento médico.

Gabigol já realizava atividades físicas, com arranque, tração, aceleração para retomar o equilíbrio muscular que o fez voar em 2019. A análise é de que é um atleta com maior massa corporal, estilo de jogo mais físico, de choque com outros rivais. Precisa estar inteiro. Colocá-lo em campo contra o Racing era considerada uma aposta no escuro, com possiblidade de perdê-lo mais uma vez por muito tempo.

O atacante chegou a ficar um mês ausente por conta de uma lesão no tornozelo esquerdo. Contra o Botafogo deve ser novamente poupado de olho no futuro.

A questão é que este futuro atende apenas pelo nome de Campeonato Brasileiro. Em conversas internas o grupo entendeu que tem condições de abocanhar a ponta da competição caso reduza os erros de finalização e defensivos e mantenha o estilo preferido de Rogério e dos jogadores.

Ocupação do campo adversário, pressão e jogo vertical. De novo avassalador. A possibilidade de diálogo de Rogério com as lideranças do grupo, com direito a discussão de alternativas na estratégia a cada jogo, também é encarada como um tempero positivo para uma retomada de trilhos. A sincronia com Jorge Jesus neste sentido também existia e igualmente resultou em um pacto pelo retorno ao Mundial de Clubes neste ano. A pandemia atravessou o caminho. Agora, elenco e comissão técnica se realinham uma vez mais. Até mesmo nos discursos para consumo externo.

Enquanto Rogério Ceni elogiou o grupo e a produção do time na coletiva pós-jogo, Diego admitiu falhas dos atletas e necessidade de trabalho para se recuperar. A cobrança é alta não só externa como internamente. A ideia é fechar a temporada com quatro conquistas - já estão na sala de trofeus de 2020 Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca. O octacampeonato brasileiro seria a cereja do bolo, uma prova de que o entendimento entre elenco e comissão técnica existe.

A eliminação na Libertadores deixou, sim, feridas abertas. Mas o Flamengo sabe que apenas a taça do Brasileiro gera a cicatrização. O pacto está feito no Ninho do Urubu.

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