Há uma velha citação que diz que “futebol, religião e política não se discutem”.
Será?
Eu, particularmente, discordo desse pensamento quando volto meu olhar para os atuais quadros político e religioso brasileiro (de forma não generalizada), a partir do ponto de vista do dicionário que mostra o termo “discussão” de forma não unilateral, não remetendo unicamente ao contexto do verbo “brigar” mas também como derivação do termo “discursar”, que tem efeito de questionar, dialogar, conversar, expor ideias e opiniões.
Alexandre Boarro afirma que “Somente os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões continuam no poder e os falsos profetas continuam a pregar.” É muito fácil concordar com essa afirmação quando olhamos para a realidade e vemos políticos corruptos e falsos profetas enganando a população na base da manipulação, pois para eles, quanto mais ignorante a sociedade pela falta de diálogo discursivo em torno desses assuntos, melhor será para manutenção de seus patamares cômodos e abundantes, sustentados pela ignorância popular de uma sociedade que aceita toda a opressão que lhe é imposta pela falta de discurso, de dialogicidade.
Discutir é conversar, dialogar, questionar, opinar e isso é essencial na troca de informações e conhecimento, o que pode render libertação de povos oprimidos pelas próprias ignorâncias que os mantêm prisioneiros do sistema.
Finalizando, ressalto que ninguém deve brigar, principalmente discursando assuntos como politica e religião, mas podemos e devemos sim discutir, civilizadamente, respeitando as pontuações e opiniões alheias, dinamizando a discussão de forma agradável como um universo de aprendizagem para todas as partes dos sujeitos envolvidos no discurso.