Geral e teoricamente, serviços como os das áreas de saúde, educação e segurança, são os principais serviços sociais que encabeçam as atividades “ofertadas” pelos estados e/ou municípios brasileiros. Dentro das estruturas dessas áreas, existem trabalhadores de vínculos efetivos, celetistas, comissionados, terceirizados e estagiários que dão engrenagem ao funcionamento das entidades distribuídas em repartições públicas, todas interligadas às suas respectivas secretarias. Esses trabalhadores, independentes do vínculo, são chamados de servidores públicos
Pois bem... Um candidato eleito com o voto popular a um cargo público, a partir da data de sua posse, torna-se também um servidor público escolhido para representar e servir a população, porém, de forma não generalizada, o povo, talvez por falta de conhecimento, acaba idolatrando esse servidor eleito, de forma que o mesmo passa a ser visto como uma espécie de semideus. A partir daí, vem as bajulações, proteção e a visão quase idólatra voltada à esse determinado político.
Por outro lado, não vejo esse tipo de coisa acontecendo em relação a um professor, um médico, enfermeiro, policial, gari e nenhum outro servidor, sendo que tanto esses trabalhadores como qualquer político, são servidores da população.
Contrário a isso, vejo muita gente contra servidores efetivos e celetistas, de modo que, quando uma prefeitura anuncia um baixo percentual de reajuste – mesmo após um longo período sem conceder um centavo sequer – muitos munícipes reclamam, como se o servidor concursado trouxesse prejuízos à população, sendo que o servidor efetivado é a verdadeira engrenagem do serviço público.
Porque essa diferença no tratamento, na forma de pensar e até de agir? Está na hora de desconstruir a ideologia da cultura do endeusamento a políticos e tratá-los respeitosamente apenas como servidores públicos e não como celebridades e até deuses. Admirar o bom trabalho prestado por alguém, é uma coisa – assim como admiro o bom trabalho dos meus professores, do gari, do médico, etc. – mas bajulá-lo a ponto de colocá-lo acima de todos e tudo, é outra coisa, e bem diferente, que por sinal, ninguém faz por um enfermeiro, um agente de saúde ou segurança, professor, auxiliar de serviços, entre outros bons servidores públicos espalhados pelos municípios e estados do nosso país.