Sunday, 12 de January de 2025
27 99902-4179
Geral Prevenção

Setembro Amarelo: O mês que conscientiza vidas

O Setembro Amarelo é uma campanha idealizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina - para conscientização em relação ao suicídio, fomentando a prevenção e promoção da saúde mental. O mês foi escolhido devido o dia 10 (Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio).

10/09/2020 15h18
Por: Karen Martins Fonte: da redação
Setembro Amarelo: O mês que conscientiza vidas

Falar sobre esse tema é, na verdade, abordar uma série de questões. Em especial, com relação à saúde mental, que influencia o comportamento e ações das pessoas, mas ainda é um tabu em alguns cenários. A campanha visa reverter essa realidade para que os aspectos psicológicos recebem sua devida importância e atenção.  

Mas porque falar sobre suicídio e saúde mental?

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida. Por ano, mais de 1 milhão de suicídios acontecem em todo o planeta.

O suicídio está crescendo no País, principalmente entre os jovens. Hoje, um brasileiro se suicida a cada 46 minutos. Ao ano, em média 11 mil pessoas tiram a vida no País. Esse é um dos resultados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope): Depressão, suicídio e tabu no Brasil – um novo olhar sobre a saúde mental. A pesquisa foi realizada com mais de 2 mil brasileiros, a partir dos 13 anos de idade em 2019. A pesquisa contou com entrevistados de diferentes regiões do país.

O que é o Setembro Amarelo?

Em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, e o Conselho Federal de Medicina  idealizaram o Setembro Amarelo. O objetivo, segundo as organizações, é conscientizar sobre o suicídio, abordando as formas de prevenção. Por isso, essa ação está presente em toda a sociedade e o intuito é que, a cada ano, aumente a participação. Para isso, as organizações disponibilizam materiais de apoio em que é possível compreender melhor a temática e sua relação com a saúde mental.

Para que serve o Setembro Amarelo?

Como explicamos, o suicídio ainda é um tema cercado por tabus. Para muitos, persiste o pensamento de que uma pessoa que desiste da sua própria vida não tem coragem para viver e prefere desistir a lutar. O Setembro Amarelo vem mostrar que isso não é verdade.

Problemas como estresse, depressão, uso descontrolado de substâncias e até mesmo o assédio em função do bullying, geram grandes abalos para a saúde mental do indivíduo. Quem se suicida não quer desistir de viver, mas se livrar da dor e dos problemas para os quais não encontra uma saída.

A campanha mostra para essas pessoas que elas não estão sozinhas, são compreendidas e podem procurar ajuda, que todos esses problemas têm uma solução quando recebem o apoio de outras pessoas. Além disso, faz o trabalho de conscientização com quem não está passando por essa situação.

Nesse último caso, o Setembro Amarelo contribui para que se consiga identificar os sinais de quem está passando por momentos difíceis, o modo correto de abordar essas situações delicadas e como evitar que uma pessoa chegue a esse estágio de desespero.

Por que usar a cor amarela na campanha?

Outras campanhas também acontecem em meses específicos e recebem uma cor para ser trabalhada nas temáticas envolvidas, como Outubro Rosa, Novembro Azul, Janeiro Branco, Abril Verde e outros.

Muitas vezes existe mais de uma campanha em um mesmo mês e as cores acabam se repetindo no ano, afinal, existe também o Maio Amarelo, que debate sobre acidentes de trânsito.

Mas por que essa cor foi escolhida para tratar sobre o suicídio no mês de setembro?

A explicação está no fato de que a cor amarela, nesse caso, simboliza a esperança, mas ela foi inicialmente adotada em homenagem Mike Emme. O jovem americano tinha um Mustang amarelo, mas se suicidou com apenas 17 anos de idade. Cartões com fitas amarelas foram entregues no dia do seu funeral com a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”.

Por que tratar de suicídio é falar de saúde mental?

Um dos dados apresentados pelo Setembro Amarelo mostra que cerca de 96,8% dos casos de suicídio registrados em 2019, tinham relação com transtornos mentais. Entre as doenças, a depressão ocupa o primeiro lugar.

Por isso, um dos pontos abordados pela campanha é exatamente a saúde mental. O suicídio é um fenômeno complexo e uma atitude extrema de uma pessoa em sofrimento. É preciso entender essas relações para compreender essa ação.

Doenças mentais, assim como aspectos sociológicos e sociais, são considerados fatores de risco. Na verdade, a relação com esses aspectos é mais presente do que se pensa.

De acordo com a psicóloga Janaína Santos, ‘’alguns fatores são desencadeandos para gerar uma situação de risco. Os principais são os distúrbios de ordem emocional e algumas doenças mentais quando não identificadas ou tratadas de forma incorreta podem levar ao suicídio. Dentre as principais causas estão a depressão, ansiedade,  transtorno do pânico e esquizofrenia".

Ainda de acordo com a psicologa, existe também o outros fatores que são de aspectos psicológicos e afetam o equilíbrio psíquico e, por isso, não entram no campo de doenças mentais. Os mais comuns são:

• Perdas de pessoas estimadas; 

• Estresse pós-traumático;

• Abusos na infância (físico ou sexuais);

• Questões de personalidade, como agressividade. 

"Nos aspectos sociais estão incluso questões como gênero, situação familiar e vulnerabilidade são fatores relacionados ao contexto social e à forma como a sociedade se organiza", acrescentou Janaína Silva. 

 É importante observar que estar classificado com um fator de risco não é determinante. No entanto, quando se trabalha o Setembro Amarelo, esses fatores auxiliam a identificar alertas e agir precocemente.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.