A ausência da leitura e seus estragos sociais
Em uma pesquisa feita no primeiro semestre de 2019, o portal “Money Times” colocou o Brasil como o 8º no ranking dos países que mais praticam o exercício da leitura.
Há de convir que esta é uma boa colocação, se comparado ao ranking do ano anterior, que, colocou o Brasil como o 59º país que mais lê no mundo, porem, as dimensões da nossa pátria são continentais, o que torna esse número, ainda não satisfatório em relação ao quantitativo de leitores divididos por região.
A falta da leitura ocasiona uma série de problemas sociais ligados ao sujeito individual e coletivo, a começar pelo poder crítico que os sujeitos carecem portar consigo, como cabeças pensantes capazes de discernir através da análise do discurso a proposta de um determinado enunciado, escrito, estampado ou falado.
Para que uma pessoa tenha um grau elevado de criticidade a respeito de determinado assunto, é necessário que ela tenha pelo menos o mínimo conhecimento daquele respectivo conteúdo, pois não há como discursar aquilo que não se entende. O sujeito que não tem a articulação verbal ligada a uma base teórica plausível ocasionada pela falta de conhecimento, aceita tudo de forma cabal, absoluta, sem ter o poder perceptível de analisar se aquilo que mencionaram à ele, realmente condiz com a veracidade dos fatos. É como se eu estivesse falando de “futebol” e o leitor, ouvinte, estivesse entendendo a minha fala como “novela”.
Isso pode causar enormes estragos sociais coletivos, pois numa sociedade que a maioria dos indivíduos não tem o hábito de ler, como será, por exemplo, o resultado final de uma eleição e pleito do candidato eleito? Determinado postulante ao cargo público falou que “A” = “B” e 3 x 5 = 27. Como analisar se esta fala é verdadeira se não tenho o conheço do assunto?
O caminho mais rápido para o conhecimento é através da leitura, ou seja, com a leitura o indivíduo se apossa de sabedoria que o leve a agregá-la as sapiências já adquiridas, e isso permitirá que ele alcance amplitudes intelectuais que o capacitará a fazer melhores análises dos discursos, com ideologias fixadas nas bases concretas em suas convicções.