Em que se baseia o sujeito para julgar-se melhor que seu semelhante? Na cor da pele, no lugar em que mora e nos bens materiais que possui. Esse é o caso de Matheus Abreu Couto, sujeito que humilhou um trabalhador em serviço, o motoboy Matheus Pires, em Valinhos/SP, no ultimo dia 31 de julho.
Bases infundadas no conceito de ser humano; inaceitáveis no conceito de indivíduo e cidadão que se preze como pessoa de bem.
O discurso posterior ao acontecido justificando a ação nojenta e criminosa, imputando a culpa a um possível estado doentio do agressor, eu critico como justificativa para o ato e acato como desculpa infundada, pois geralmente quando isso acontece, logo alguns agressores apresentam laudos como mecanismo de defesa, como se o parecer médico os isentassem de culpa e resolvesse a situação da desgraça já executada sobre o agredido.
Até onde vai a prepotência do ser humano a ponto de achar que, apenas porque tem a pele branca, dinheiro e mora em condomínio de luxo, pode humilhar o outro? Isso é inaceitável, racismo é crime e não há como transferir a culpa desse ato para distúrbios alegando que o agressor responde agindo pelo estado doentio. No caso da agressão ao motoboy, percebe-se que o agressor sabia o que estava falando e fazendo.
Não generalizo, mas enquanto forem aceitas certas transferências de culpas por atos criminosos (como este) para laudos, o racista vai continuar praticando racismo, o criminoso vai continuar praticando crimes. Creio que é hora de questionar - até onde é doença e até onde a pessoa se aproveita da eventual doença?
Lógico que toda regra tem exceção. Não estou recriminando pacientes que verdadeiramente necessitam desse parecer médico, recrimino os que fazem disso uma válvula de escape para colocarem em prática seus atos criminosos, como por exemplo, a prática do racismo e da prepotência em termos gerais.